Aos Amigos

Orações são uma das melhores dádivas que podemos receber.
Não custam nada e trazem muitos benefícios.
Vamos orar uns pelos outros! Pai, eu lhe peço que abençoe
meus amigos que estiverem lendo esta mensagem.
Faça-lhes uma nova revelação de Seu amor e poder.
Espírito Santo, peço-Lhe que ministre ao espírito deles neste momento.
Onde houver dor, conceda-lhes sua paz e misericórdia.
Onde houver dúvida, renove-lhes a confiança na Sua capacidade de operar através deles.
Onde houver cansaço ou exaustão, peço-Lhe que lhes dê compreensão, paciência e força enquanto aprendem a se submeter a Sua direção.
Onde houver estagnação espiritual, peço-Lhe que os renove revelando Sua proximidade e atraindo-os para maior intimidade com o Senhor.
Onde houver medo, revele Seu amor e incuta-lhes Sua coragem.
Onde houver o obstáculo de algum pecado, revele-o e quebre, o poder que estiver exercendo sobre a vida deles.
Abençoe suas finanças, conceda-lhes maior visão, levante líderes e amigos para dar-lhes apoio e encoraje-os.
Dê a cada um discernimento para reconhecer as forças negativas que os rodeiam e revele-lhes o poder que têm no Senhor para derrotá-las.
Peço-lhe que faça todas essas coisas em nome de Jesus.



domingo, 15 de agosto de 2010

Desabamento na Praia de Iracema - Fortaleza/CE

Louvado seja meu Deus, meu Pai, meu tudo. O Deus misericordioso. Amabilíssimo. Piedoso. Aquele que nos deu seu próprio filho unigênito para a remissão de nossos pecados. Louvado seja Jesus Cristo Nosso salvador e mestre. Aquele que deu sua própria vida em martírio de cruz por amor à humanidade e por amor à vontade do Pai. Senhor meu Deus, orienta minhas palavras para que sejam expressão da verdade e que ajudem a edificar vidas e salvar almas para Ti, Senhor meu Pai. Senhor Jesus ilumina os nossos caminhos e conduza a todos nós, como bom pastor que és, à vida eterna. Amém.

Há mais ou menos vinte anos. No início dos anos noventa. Passávamos por uma crise de material operacional muito grande. Nós que trabalhávamos no Salvamento, fazíamos do coração tripas, para não deixarmos de salvar vidas por falta de equipamentos. Com muito esforço conseguimos, junto ao governo do estado, a aquisição um desencaçerador denominado aparelho hurst.
Era uma tecnologia de ponta utilizada na Fórmula Um. Até então trabalhávamos com um equipamento chamado de Portopower. Era manual, hidráulico, muito difícil de se trabalhar com ele, sem a menor manutenção, pois era importado e suas peças de reposição não era encontradas no mercado, e na maioria das vezes tínhamos de fazer adaptações tipo gambiarras para que ele funcionasse a contento. O aparelho hurst, não, havia uma concessionária que se prontificava a fazer a manutenção e reposição de peças. Enfim, em matéria de retirar vítimas das ferragens de automóveis em acidente de trânsito, saímos de idade da pedra e entramos na era da Fórmula Um.

O Comando decidiu que o Salvamento 01 não tinha condições de trabalhar com o referido equipamento, pois o comandante da guarnição era um sargento. Achou-se melhor que o Aparelho Hurst ficasse numa VTR comandada por um Capitão.

Veja bem, vamos analisar a besteira que o Comanda fez. A guarnição de Salvamento é uma tropa de elite. Mergulhadores. Paraquédistas. Guias de Selva, montanha, especialista em salvamento em altura, sobrevivência na Selva, Busca e resgate em regiões inósptas, entre outras dezenas de cursos que ninguém queria fazer. Havia alguns "MONSTROS" que eu denominava "párarã", paraquedista e mergulhadores, tal qual o sgt gonçalves, o buda, o nego antoim, este que vos escreve, entre outros. Não vejo onde o Comando viu que não éramos capazes de cuidar do aparelho hurst. Enquanto que do outro lado tínhamos uma leva de oficiais com a formação policial militar aonde a única instrução de bombeiro militar que tinha, eram manuais ultrapassados distribuídos em época de formação, diga-se de passagem com uma diminuta carga horária; para a formação de um oficial do Corpo de Bombeiros Militar.

Particularmente, tive uma formação diferenciada, pois fui formado na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Comi, bebi e respirei combate a incêndio e Salvamento por três longos e maravilhosos anos. Na minha turma, éramos 21. Todo sábado, entrávamos 18 de serviço no Quartel Central, no Centro da Cidade Maravilhosa, no Campo de Santana. Durante a semana, na Academia, após o expediente, assumíamos a Guarnição de combate a incêndio e a guarnição de salvamento de Jurujuba-Niterói. Resumido, em 1988, ao retornar do Rio de Janeiro, o Aspirante Roberto já era "PHZ" em quase todas as áreas de atuação operacional do Corpo de Bombeiros. Sem puxar a sardinha prá minha brasa. Sem falsa modéstia. Sem hipocrisia......

Pois bem, o cenário operacional, por volta de 1.990, era este: O salvamento 01 quando ía para uma ocorrência de acidente de trânsito com vítimas presas nas ferragens era acompanhado pela VTR de Capitão Comandante de Operações o qual conduzia o "Tão caro aparelho hurst". Apesar dos entraves a coisa funcionava muito bem.

Numa bela tarde de sábado. Na Praia de Iracema. O desabamento do segundo pavimento de um casarão emorme que servia de depósito de castanha de cajú "in natura". Nos levou a acionar todas as guarnições da Capital. Ao chegarmos no local isolamos o Teatro de Operações. Diversos funcionários estavam presos nas ferragens, pois o piso superior era feito de ferros e trilhos. Quase todos foram resgatados com vida e nenhum apresentava ferimento grave, exceto um. Como sempre acontece em grandes ocorrências, toda a imprensa estava presente. Era até bem vinda pois eu utilizava o material de iluminaçcão deles para melhor trabalhar, pois como falei no início tínhamos deficiência de material. Acionei o gerente-capataz para fazer a conferência de todos os que trabalhavam naquele local. O mesmo me garantiu que já havia feito a chamada por duas vezes e não faltava ninguém. Estava muito fácil e eu não acreditei. Alguma coisa me dizia ainda que aquela ocorrência ainda não estava finalizada. de repente alguém lembrou-se de um rapaz que vendia merenda. Procuraram por ele na multidão e não o encontraram. A Dúvida estava lançada. Será que ele consegui sair antes do desabamento ou ele estava debaixo de toneladas de castanha ?... Pelo sim pelo não decidir retirar todas as sacas de castanhas e tentar resgatar aquele homem que talvez estivesse vivo. Neste meio tempo o último resgate estava sendo efetuado. O mais complicado. O operário estava preso pelas pernas em dois trilhos e o médico do GSU estava propenso a amputação da perna da vítima. O aparelho hurst estava em sua capacidade máxima de trabalho. O sargento comandante da guarnição de salvamento estava me comunicando que o aparelho hurst estava prestes a romper as mangueiras e o Coronel de sobreaviso já havia determinado pelo rádio que poupasse o aparelho hurst. Minhas ordem imediata foi: "Que se foda o aparelho hurst e o coronel". Salva a perna da vítima. Ao que de imediato, fui obedecdido por meus comandados, que não concordavam com a ordem do oficial superior "burro-crata" e só esperavam por minha palavras. Graças ao meu bom Deus a vítima foi retirada com vida e sem precisar amputar sua valiosa perna. O Aparelho hurst resistiu heroicamente a sobrecarga de trabalho sem nenhum dano.

O Coronel de sobre-aviso chega ao teatro de operações. O proprietário do edifício sinistrado também. Decidiram que uma pá mecânica faria a retirada dos escombos e da castanha. Mas ainda havia um problema, o rapaz que vendia lanches e não havia aparecido ainda. Eram dezenas e dezenas de toneladas de castanha. A maior parte ainda estava dentro dos sacos. Felizmente eu havia assistido ao filme "Alien 2", e uma cena que me chocou muito foi ver o "andróide bi-shop" ser cortado ao meio pelo alien mãe e ficar se arrastando pelo chão com as vísceras fora do corpo. Imediatamente voltei ao, presente e comentei com o Coronel que estava ao meu lado, dando ordens ao operador da pá mecânica para retirar primeiro o entulho e depois a castanha. Esperei ele terminar. Ordenei que o operador do trator aguardasse um momento. Chamei o Oficial Superior num canto e falei: "Coronel, sem querer ir contra as suas ordens, veja todo esse aparato da imprensa. Imagine se realmente este jovem está aí embaixo. Morto ou vivo não interessa. Mas na hora em que a pá mecânica retirar os pedaços do corpo dele lá de baixo vai aparecer na televisão. (Tal e qual o andróide bi-shop do filme). Não seria melhor o senhor ir prá casa e deixar que eu e a guarnição retire todos estes sacos um por um. Estamos de serviço até amanhã mesmo e o senhor não. É sobre-aviso se quiser pode ir prá casa. Ele nem piscou, somente disse: "Cuida de tudo aí Robertão, que eu vou pro QC fazer o relatório e de lá eu vou prá casa....". Minha resposta foi unissona: "Sim senhor meu Comandante". Era o que eu precisava ouvir. Era o que o Salvamento queria sentir. Chamei o proprietário, o capataz e o CMT da GU Salvamento e dei minhas ordens. Ao Proprietário solicitei o pagamento de hora-extra para os operários que quizessem nos ajudar a retirar no braço todas as sacas de castanha. No que fui prontamente atendido, tanto pelos operário quanto pelo empresário. Eram cinco horas da tarde quando começamos a tirar as sacas de castanha. Onze da noite ainda não tínhamos tirado nem vinte por cento das sacas. Mas a cada obstáculo vencido mais forças sentíamos nos braços e nas pernas para continuar o árduo e cansativo trabalho. Alguma coisa me dizia que ele estava vivo. Às vezes, em operações deste tipo, chegava a ouvir uma voz, que pensava ser da "MORTE". Sempre querendo interferir no meu trabalho. Reclamando que aquela vida era dela e que eu não tinha o direito de intervir no que era dela. Nunca aceitei estas interferências da "morte" ou de quem quer que seja. A nossa vida pertence a cada um de nós e somente Deus tem o direito de determinar a quantidade de dias a que temos direito de passar sobre a terra. Não sei até que ponto isto é fruto da minha imaginação ou realmente isto é uma realidade incompreensível para nossas mentes atuais. Quem sabe no futuro..... mas retornando ao teatro de operações. Alguém gritou dizendo ter achado um pedaço de trilho. Corri para lá e constatei que era realmente a ponta de um enorme trilho. Imediatamente bati com uma passada faca que carregava ao cinto de guarnição no trilho. Foram longos e imensos instantes de expectativas esperançosas de ouvirmos o retorno......de repente ouvimos o retorno. O Aço do trilho soava cada vez mais forte. Ele estava realmente lá embaixo e estava vivo. Alvoroço. Gritos . Palmas. Alarido. Uma gigantesca confusão. Alegria imensurável. Muito choro. E bem baixinho eu dava graças a Deus. O Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Voltamos a trabalhar com euforia e forças renovadas e incalculáveis, até chegarmos ao final daquele trilho. Onde sabíamos estar alguém precisando de nossa ajuda. Ao chegarmos no fim do trilho, o rapaz estava debaixo do braço da balança e o trilho escorado na balança. Não apresentava nenhum ferimento. Nenhuma fratura. Mais uma vez comandei heróis. Venci a morte. E tinha certeza que em algum lugar Jesus Cristo o Nazareno, Filho do Deus único e eterno, sorria pra nós......................Obrigado meu Senhor e Mestre por nós termos sido úteis no salvamento de uma vida.

Este "Causu Bombeirístiko" foi real. Evitei nomes por motivo ético e por respeito incondicional ao ser humano. Todas as vidas. Qualquer vida. Todas elas são importantes para Deus. Alguns são ungidos por Deus. E nós não sabemos quem são eles. E como disse o Rei Davi: "Jamais devemos tocar (maltratar ou matar) aqueles que foram ungidos por Deus". Amém.

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